Nova cadeia de restaurante Hooters apresenta outro conceito para se adequar à sociedade, ou seria para tentar apagar seu passado?



Recentemente foi divulgado em vários sites de notícia que a famosa cadeia de restaurantes norte-americana Hooters está apostando em um novo nicho de mercado. Foi anunciada a inauguração do Hoots, um novo estabelecimento que apresenta como diferencial o uso de roupas que não sexualizam os corpos de suas garçonetes e a inclusão de homens trabalhando como garçons juntamente com funcionárias mulheres. Essa notícia gerou certo estranhamento devido ao histórico da Hooters.
A empresa foi fundada em 1 de abril de 1983, em Clearwater, Flórida por 6 executivos que amavam diversão e não tinham nenhuma experiência no ramo alimentício. Os empresários abriram um restaurante que tinha como principal prato asas de frango que eram servidas por atendentes vestindo shorts curtos alaranjados e blusas decotadas. A ideia fez sucesso e, com o passar do tempo, outros restaurantes foram sendo abertos tanto nos Estados Unidos como em outros países. No Brasil, chegou a ter várias unidades. Hoje, há apenas um estabelecimento que fica localizado na cidade de São Paulo.
Seja nos Estados Unidos ou em qualquer outro país, uma coisa é certa, a empresa nunca deixou de investir no que virou sua “marca registrada”: as sexualizadas "garotas Hooters". O foco na aparência das garçonetes não foi abandonado nem mesmo quando essa prática acarretou consequências negativas para a saúde mental delas. Um estudo realizado pela Universidade do Tenesse (Estados Unidos), em 2014, trouxe à tona as experiências de 250 funcionárias da Hooters, revelando que as garotas comumente eram assediadas sexualmente pelos clientes e sofriam de depressão.
Diante desse histórico, é impossível não questionar: por que só agora essa mudança, Hooters? Por que não expandir a mudança para toda a rede? As décadas lucrando com a objetificação do corpo feminino irão ser apagadas por mudanças em único restaurante?
É louvável quando empresas promovem mudanças positivas, no entanto, é preciso que avaliemos se tais modificações são apenas superficiais ou, de fato, são estruturantes. Afinal, se uma empresa realmente quer deixar uma marca positiva no mundo, certamente, deverá ter uma preocupação em produzir uma transformação em sua cultura organizacional. Não é mesmo?
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Fontes:
https://exame.abril.com.br/negocios/o-impacto-de-redes-como-hooters-na-vida-das-funcionarias/
http://hootersbrasil.com.br/sobre-nos.php
https://www1.folha.uol.com.br/comida/2015/04/1621646-versao-masculina-do-restaurante-hooters-tem-garcons-seminus.shtml
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2017/07/12/hooters-fast-food-com-garconetes-sensuais-fecha-3-unidades-em-sao-paulo.htm


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